Alunos da Escola Dona Leopoldina encantam com lenda sobre o “Balanço da Fé,” próximo à Imagem de Nossa Senhora Aparecida em Itaipulândia
Data de Publicação: 25/04/2024
Os alunos do 5º ano A da Escola Municipal Dona Leopoldina, situada no Bairro Caramuru em Itaipulândia, mergulharam no universo das lendas após explorarem o fascinante gênero textual.
Inspirados pelo ponto turístico local, o Balanço da Fé, próximo à grande imagem de Nossa Senhora Aparecida, os estudantes deram vida a uma narrativa envolvente.
A professora da turma, Silvia Valk Soares destaca a imersão dos alunos nesse projeto, ressaltando que o local em questão é familiar para todos, muitos dos quais já tiveram a oportunidade de visitar e contemplar a beleza desse espaço singular.
A lenda tecida pelos alunos envolve não apenas os arredores do balanço, mas também os moradores da pequena vila que se estende aos pés do morro, o Bairro Caramuru.
O resultado desse trabalho foi apresentado durante um momento cívico, encantando não apenas os colegas de escola, mas toda a comunidade escolar. A iniciativa não apenas promoveu a criatividade e o engajamento dos alunos, mas também valorizou a rica cultura local, incentivando um profundo senso de pertencimento e orgulho em suas tradições.
A lenda do BALANÇO DO MORRO
Há muitos anos viviam no alto de um morro, próximo a um lago, no município de Itaipulândia, duas grandes famílias de gigantes. Os patriarcas eram irmãos. A família de um deles vivia em uma pedreira, e a outra perto da construção da grande imagem de uma Santa.
As famílias não se entendiam, briga antiga, pouco se falavam, mas tinham alguns gostos bem parecidos, como o de comer frutas, aquelas que cresciam perto das casas dos pequenos moradores da comunidade, que ficava no sopé do morro.
Certa noite, os caçulas das duas famílias, duas crianças travessas, que nada tinham a ver com as intrigas dos pais, desceram juntas o morro, escondidos deles, para buscar frutas. Na madrugada, os pais acordaram com um estrondo, que foi ouvido e sentido também pelos pequenos moradores da vila do sopé do morro. Os caçulas sumiram.
As brigas entre as famílias se intensificaram porque uma começou a culpar a outra pelo sumiço do filho, e o morro virou palco de grandes lutas entre os gigantes.
Daquela noite do sumiço dos caçulas em diante, os estrondos tornaram-se rotina, e passaram a ser ouvidos até durante o dia... amedrontando as famílias, que choravam o sumiço dos pequenos gigantes.
Olhos brilhantes passaram a ser vistos pelo lado do lago, onde viviam dragões de água e fogo. Eles pareciam estar irritados. A essa altura, já se sabia que eles escondiam seus ovos no sopé do morro.
Uma velha toupeira, percebendo o que estava acontecendo, resolveu contar o que via. Pediu para que todos se encontrassem no alto do morro, atrás da imagem da Santa, onde faria uma grande revelação. Assim se fez.
A toupeira relatou que, enquanto todos dormiam, os dragões colocavam ovos entre os pés de Pitaia que encontravam e que, na noite do sumiço dos caçulas, ela os viu, supostamente, comendo pitaias e logo após explodindo. Entendeu, então, que, na verdade, os pequenos gigantes estavam comendo ovos dos dragões. A toupeira, contou ainda que os ovos estavam enfeitiçados e que todos que os consomem, explodem. Assim aconteceu também com animais que consumiram da fruta e dizem que ainda hoje acontece, pois volta e meia ouvem-se explosões.
As famílias choraram juntas pela perda dos filhos e prometeram cuidar mais de seus outros filhos, ajudando-se nessa função.
Os gigantes resolveram conviver e construíram então um grande balanço para comemorar a união das famílias. Foi assim que surgiu o BALANÇO DO MORRO.
Durante o dia, o balanço recebe visitas de pessoas que nem sonham que ali, à noite, quando todos dormem, os gigantes vão se balançar e vigiar, pois grandes olhos ainda brilham no lago.
Autores: 5° ano A. - Professora Silvia.
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